Covid-19 e a Odontologia

Covid-19 e a Odontologia:

Segundo o Ministério da Saúde, Anvisa e SES-SP, o atendimento odontológico só deve ser realizado em casos de urgência e emergência (23 de Março de 2020).

A Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo determinou que, em meio à pandemia do novo coronavírus, o atendimento odontológico das redes pública e privada deve ser restrito aos casos de urgência e emergência. A decisão da Secretaria está em conformidade com as recomendações do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP) e segue a mesma linha das notas técnicas divulgadas anteriormente pelo Ministério da Saúde e pela Anvisa.

Portanto, no cenário atual, o atendimento não urgente ou emergencial pode causar exposição a risco biológico, o que configura descumprimento do dever de zelar pela saúde do paciente e demais profissionais envolvidos.

Emergências, urgências e procedimentos eletivos:

Emergências são situações que expõem o paciente a potencial risco de morte. Por exemplo:

– Sangramentos não controlados.
– Celulite ou infecções bacterianas difusas, com aumento de volume (edema) de localização intra-oral ou extra-oral, e potencial risco de comprometimento da via aérea dos pacientes.
– Traumatismo envolvendo os ossos da face, com potencial comprometimento da via aérea do paciente.
– Tais situações devem ser prontamente atendidas a nível hospitalar.

Urgências odontológicas são situações que determinam prioridade para o atendimento, mas não configuram potencial risco de morte ao paciente. Por exemplo:

– Dor odontológica aguda decorrente de inflamações da polpa.
– Pericoronarite ou dor relacionada a processos infecciosos envolvendo os terceiros molares (dente do siso) retidos.
– Alveolite pós-operatória, controle ou aplicação medicamentosa local.
– Abscessos (dentário ou periodontal) ou infecção bacteriana, resultando em dor localizada e edema.
– Fratura de dente, resultando em dor ou causando trauma do tecido mole bucal.
– Trauma dental com avulsão ou luxação.
– Tratamento odontológico necessário prévio à procedimento médico crítico.
– Cimentação ou fixação de coroas ou próteses fixas se a restauração provisória ou definitiva estiver solta, perdida, quebrada ou estiver causando dor e/ou inflamação gengival.
– Biópsia de alterações anormais dos tecidos bucais.
– Remoção de suturas.
– Cáries extensas ou restaurações com problemas que estejam causando dor.
– Ajuste ou reparo de próteses removíveis que estejam causando dor ou com a função mastigatória comprometida.
– Finalização ou troca para medicação intracanal com hidróxido de cálcio e selamento eficaz com material resistente à mastigação para tratamentos endodônticos já iniciados, evitando um prognóstico desfavorável.
– Ajuste, troca ou remoção do arco ou dispositivo ortodôntico que estiver ulcerando a mucosa bucal.
– Mucosites orais com indicação de tratamento com laserterapia.
– Necroses orais com dor e presença de secreção purulenta.

Procedimentos eletivos

Não são classificados como urgência ou emergência odontológica, devendo ser adiados, os seguintes procedimentos:

– Consulta inicial ou periódica ou de manutenção, incluindo radiografias de rotina.
– Profilaxias de rotina, ou procedimentos com finalidade preventiva.
– Procedimentos ortodônticos não relacionados diretamente a dor, infecção ou trauma.
– Restauração de dentes incluindo tratamento de lesões cariosas assintomáticas.
– Procedimentos odontológicos com finalidade estética.
– Cirurgias eletivas (exodontia de dentes e cirurgias periodontais assintomáticas, implantodontia).

Biossegurança

A nota da SES-SP também traz orientações de biossegurança para evitar contaminação cruzada dentro dos estabelecimentos odontológicos. Entre as medidas citadas a serem adotadas, citamos:

– Limpeza com álcool 70% de todo o mobiliário e local possível de ser tocado com as mãos e passíveis de serem contaminados;
– Desinfecção de piso e paredes com hipoclorito de sódio a 0,1% ou outro produto eficaz recomendado e com registro na Anvisa;
– Disponibilizar álcool gel 70% nos ambientes;
– Profissionais e pacientes devem fazer uso de óculos de proteção, que precisam ser limpos e desinfetados após cada atendimento, durante os procedimentos que geram grande
– Profissionais devem utilizar máscaras de proteção N95, PFF2 ou superiores, gorros e luvas descartáveis e aventais impermeáveis com ajustes no punho durante o atendimento;
– Antes de iniciar o atendimento, é indicado que o paciente faça bochecho com peróxido de hidrogênio a 1% como forma de minimizar a carga microbiana salivar.